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5 de mai. de 2010

Um pedaço de mim. *-*


Título: Um pedaço de mim.
Autora: Flú
Ship: Inexistente
Fandom: Personagens Originais
Gênero: Slash, One-shot , Drama
Censura: G
Terminada: Sim.
Capítulos: Único.
Beta-reader: Eu e o Word.
Teaser : Saio pela rua, tenso, eu nunca mais verei o meu homem, nunca mais... Acabou, é o fim.
Disclaimer: Tudo me pertence, tudo meu *coloca a fic em um potinho e sai correndo*, hehe. Eu não ganho nada com isso, nenhuma graninha. :/

Rostos emoldurados pela tristeza que o violino trazia, alguns sorrisos amarelos lembravam que o tempo vai passar e todos vão esquecer o que aconteceu. Menos eu. Sei que irão pensar que isso é drama, mas não é. Jamais serei capaz de esquecer seu belo rosto diante do meu, como eu seria capaz de esquecer nossas conversas e declarações de amor? Impossível, sei que minha vida vai seguir seu rumo, mas cada vez que meus pés tocarem a areia solta da praia lembrarei-me das nossas brincadeiras inocentes e enlouquecedoras, praias desertas onde apenas o sol podia assistir aquele momento lindo. Certamente, o sol sentia ciúme de nós dois, do nosso amor. Mas agora, eu sou o sol. Solitário no meio de uma bela paisagem, assistindo outros seres brilharem pela minha luz, não terei nenhum companheiro, mas verei inúmeros casais apaixonados passarem pelas praias que eu habitarei.
Enxuguei minhas poucas lágrimas e caminhei até o caixão, seu rosto se encontrava sereno, tranqüilo. Isso me perturbou, a cada segundo eu torcia cada vez mais para que ele se levantasse e me desse mais um daqueles sustos gritantes. Nós nos amávamos, e o mundo ainda não estava preparado para isso.
Fomos nós dois para uma lanchonete, estávamos acostumados com os olhares preconceituosos por sermos um casal gay, mas naquele dia um grupo de amigos começou a gritar no meio da lanchonete e diziam que ‘putos’ não eram bem-vindos, tentamos ignorar mais realmente não foi possível, nos retiramos para evitar mais tumulto. Já era tarde e tinha chovido, as ruas estavam vazias e molhadas, desistimos de comer, e fomos aproveitar a noite dando uma caminhada pelas ruas desertas. O silencio estava envolvente e sedutor, até que gritos e insultos quebraram aquele momento, no começo não entendíamos nada, o grupo foi chegando cada vez mais perto, foi quando nós reconhecemos os garotos da lanchonete. Já era tarde, eles estavam perto demais e não tinha como correr, eles eram cinco e nós, dois. Por impulso, corri desesperado, ouvi um urro de dor e parei na esquina. Gelei, eu não queria acreditar no que meus olhos viam: o meu bebê, no chão, recebendo socos e pontapés. Eu não pensei mais nada, corri na direção dele, mas novamente já era tarde demais. Um dos garotos me olhou e disse, ‘Ô putinho, o teu namoradinho já era’ Eles riam, e caminhavam para longe de nós. Meus olhos se voltaram pro chão, ele estava lá, sangrando e.... morto. E agora eu estou aqui, tentando entender por que eu não morri também. Por que? Parece que aqueles garotos me deixaram vivo por castigo. Eu realmente não entendo. Todos estão indo embora, o tempo passou rápido demais, é hora de dizer adeus. Adeus. Por um instante perco o chão, meus olhos se enchem de lágrimas, debruço-me sobre o caixão ainda aberto e seguro sua mão. Você esta gelado, pesado, aperto sua mão e obviamente você não reage, eu sabia que você não ia reagir. Mas no fundo, lá no fundo eu ainda tinha esperança de te ter de volta pra mim. Esperança de um dia sentir sua pele tocar na minha novamente, ouvir sua risada e seus lamentos. Perder alguém é algo apavorante, mas você só entende quando vê que perdeu mesmo. Tiram-me de cima do caixão e o fecham, é tão triste lhe ver ali dentro... Quatro homens levam o seu caixão para a rua em direção ao carro. Estou muito abalado e não tenho capacidade para ver o meu bebê ser colocado em um buraco.
Saio pela rua, tenso, eu nunca mais verei o meu homem, nunca mais... Acabou, é o fim.

Fim.