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28 de set. de 2011

Apenas Lustre.


Ele olhava cada canto do apartamento de modos diferentes. Queria conhecer melhor a sua própria vida.
Assim que o sol caiu, ele trancou as janelas e a porta, não queria lembrar-se do mundo lá fora.
Tirou os móveis do meio da sala, sofá foi para o quarto e o criado-mudo também. Todas as quinquilharias da sala foram divididas entre os quartos, a cozinha e a varanda.
Quando a sala estava vazia, a luz apagada e todas as portas fechadas, parecendo um imóvel abandonado – e de certa forma era um imóvel abandonado – ele deitou olhando para o lustre do teto. Um homem qualquer deitado no chão de uma sala qualquer, de um apartamento qualquer, em um dia qualquer.
O silencio era palpável, nem triste, nem dolorido, nem trágico, apenas palpável.
Ele não chorou, nem se lembrou do passado, apenas pensou no lustre, superficial de certa forma, mas a verdade é que aquele circo todo havia sido armado apenas para ele admirar a beleza do seu lustre, que agora girava soprado por um vento inexistente. E a cada volta, ele brilhava mais aos olhos daquele homem deitado no chão de uma sala qualquer.
Ficou ali por horas, apenas olhando para o seu lustre que havia comprado em um brechó na sua primeira viagem a Londres.
O tempo passou, ele levantou, arrumou lentamente os moveis na sala, tomou um banho e foi trabalhar. Era um homem diferente, pois havia acabado de conhecer um lustre como nunca havia conhecido ninguém na vida.
Sem lágrimas, sem magoas, sem dores, sem passado.
Apenas lustre.

8 de set. de 2011

Embalos de sábado a noite.


Cheiro de cigarro no ar, no rádio gritava um rock qualquer, e ela ali, entre o som, a TV e os livros. Não lia mais, só respirava, fumava, chorava e ouvia musicas que não eram do seu gosto.
Isso tudo em um sábado a noite, logo no dia em que o mundo resolve se perder na madrugada, ela estava perdida na madrugada do seu quarto inundado de fumaça & som & lágrimas.
Aquele quarto vibrava, aquele rádio gritava, e ela mais parecia um quadro do que uma mulher. Não estava triste, apenas não sentia. Não sentia nem aquele nó no peito de quando estamos abarrotados de lágrimas quentes. Não, ela apenas chorava, caiam lágrimas frias, do mesmo modo que chovia.
Apagou o cigarro e caminhou lentamente até o banheiro, olhou seu rosto no espelho. Eu diria que não gostou do que viu, mas ela não sentia então ela também não via.
Mas eu, mero fantasma espectador, sei de tudo que aconteceu naquela casa naquele sábado a noite, não me pergunte como, apenas sei.
Loira, olho inchado, borrado de maquiagem derretida por lágrimas traiçoeiras, boca ainda vermelha, essa era a imagem do espelho, fria e molhada.
Saiu do banheiro em direção a varanda, a noite já acordava: carros, pessoas, bebidas, risadas homéricas.
Para ela, tudo soava falso, aquelas pessoas extremamente arrumadas achando que sair para alguma festa vai mudar a realidade de suas vidas vazias e medíocres.
Ela já foi assim, passava a semana pensando no fim-de-semana. Mas o tempo passou e ela percebeu o quanto aquelas festas a faziam sentir-se ridícula, fútil. Então resolveu abandonar as ruas da cidade, trocou o salto agulha pelo sofá.
Voltou para o sofá, ao lado do rádio que ainda gritava musicas nada animadoras, musicas tão perdidas quanto ela, estavam ali simplesmente por estar. Tocavam por tocar.
Acendeu outro cigarro, e se pôs a pensar. Pensou na musica, no sofá, no próprio cigarro.
E dormiu, com o cigarro na mão, o rádio gritando e a vida passando rapidamente fora de sua janela.
Quando acordou, já era dia. Domingo, o diazinho medíocre. Tomou duas xícaras de café, seguidas por dois cigarros, já não conseguia fazer nada no singular.
Tinha planos para aquele domingo sem sal, planos infalíveis e que dependia só dela e de alguns remédios que ela tinha em estoque no armário do banheiro. Dormir. Acordar apenas quando o despertador tocar, e a vida chamar para mais um dia de trabalho, numa segunda-feira provavelmente insuportável.
Tomou os remédios, dose forte, não queria acordar ainda no domingo. Deitou e dormiu. Dando adeus a realidade. E o som do rádio, aquele companheiro fiel, continuou lá, por todo o domingo emoldurando o quadro de uma mulher dormindo.

1 de set. de 2011

Suspiro da casa azul.


Ela ligou o rádio tentando ouvir qualquer coisa que desligasse seus pensamentos, trocou de estação várias vezes, até perceber que a única coisa que ela queria ouvir era som daquela voz, agora tão distante.
Decidiu que ficar em casa olhando a vida passar, não faria diferença alguma, já era hora de sair.
Não simplesmente sair, sair daquela dor, cortar qualquer ligação com aquele nome e talvez, conhecer outros nomes.
E ela saiu, pela porta da frente, do apartamento, da vida, da dor. Deixou tudo pra trás, fechou o apartamento e jogou a chave fora. Visto de fora poderia parecer loucura, mas não era, só assim ela poderia se livrar que todas as lembranças que respiravam ali dentro... chave no lixo, mãos no bolso, e olhos abertos para um novo mundo.
Assim ela andou pelas ruas da cidade durante um dia; uma semana; um ano; uma década...não sei, o tempo era relativo, ela já não sentia mais nada, apenas andava devagar, como um espírito ainda perdido.
Sem perceber, ela caminhou até a casa daquela voz, e olhou cada detalhe. As janelas azuis, a porta também azul... tudo azul.
Foi um olhar de adeus, passou um tempo ali, até o sol cair e as luzes se acenderem.
Quando não havia mais ninguém na rua, ela foi embora, sem olhar pra trás. Sabendo que não voltaria a ouvir aquela voz, e que ninguém sentiria sua falta, não o suficiente para fazê-la voltar.
Caminhou por todas as ruas de todas as cidades que ela achava que devia caminhar, um dia ela cansou. Cansou em frente à praia de uma cidade qualquer, com um nome qualquer. Assim parou de caminhar, sentou-se na areia perto o suficiente para sentir o cheiro da água salgada.
Pensou, colocou todas as idéias no lugar, voltou a sentir. Sentiu dor física, mas a pior dor foi aquela que doeu lá dentro dela.
Chorou, chorou a praia inteira, transbordou repetindo apenas um nome.
Foi desfalecendo aos poucos, sem muito alarde, apenas foi deixando tudo sair de dentro dela. E como um suspiro... ela já não estava mais lá. Apenas um corpo, deitado, abraçado pela areia.
Aquela voz que ela tanto queria ouvir, também queria ouvi-la. Aquela voz sentia uma saudade trancada por portas e janelas de uma casa azul.

31 de ago. de 2011

Angustias Agostinas.


E esse agosto cinzento, pesado, triste, tá acabando...espero que leve todas as dores e lembranças. Sabe, parece que setembro tá chegando com toda a força, pra varrer cada canto do meu corpo e apagar esse gosto de agosto.
Eu sei, esquecer agosto não é fácil assim, mas setembro sempre ajuda, com a sua brisa leve, seu cheiro setembrino. Agosto é a época de sofrer, não sei por que, mais é, e que agosto sofrido foi este meu... confesso que a culpa de minhas angustias não é só dele – ó coitado – ele apenas enfiou a mão nas minhas feridas, assim mexendo em cada ponto triste do meu corpo.
Creio que agosto nunca foi muito feliz, talvez ele apenas seja triste e egoísta, quer ver todo mundo sofrer junto com ele.
Deve existir algum escudo ante-angustias-agostinas, espero que no ano que vem eu possa comprar um.
E voltando ao leve e delicioso setembro...como é bom dar ADEUS as pesadas vibrações de agosto, e receber de braços abertos um lindo setembro.
Só espero coisas boas agora, e que no ano que vem, agosto esteja um pouco recuperado de suas angustias e nos deixe viver em paz.
Assim me despeço desse mês estourado em lágrimas.
Até ano que vem, agosto. E deixe vir setembro.

26 de ago. de 2011

Meus dias são todos iguais.


Me olha agora e diz que tudo que eu sinto é falso, diz, por favor, talvez assim eu acredite.
E mais uma vez me pego dizendo que não suporto mais isso. Foda-se tudo, eu não suporto mais sentir tanto amor, e tanto ódio ao mesmo tempo
Isso está me matando, dilacerando cada pedaço de mim.
Minha cabeça não tem mais saúde pra tanta saudade, teu nome é um grito preso na minha garganta.
O que será que eu fiz pra merecer sofrer tanto? Será que alguém pode me responder?
E essa distancia...mesmo com essa distancia meu corpo te constrói aqui, dentro de mim.
Minhas lembranças trazem o teu sorriso, o teu cheiro, a tua voz....a minha memória traz cada virgula de cada conversa que nós já tivemos, e também de outras que eu pensei que um dia nós iríamos ter.
Eu me lembro de coisas que tu já te esqueceste, isso dói, e muito. Lembro das risadas, das brincadeiras, das histórias, das musicas, dos lugares que um dia foram os ‘nossos lugares’ e que agora nem existem mais, nós não estamos lá.
Eu lembro...é só isso que eu posso fazer: lembrar, chorar, cansar cada canto do meu peito.
Sinceramente, eu estou completamente cansada de amor, e estar cansada não muda nada, ainda amo. E a cada dia amo mais e mais.
Essa saudade machuca tanto, e essas lagrimas, que agora estão escorrendo tristemente, não me dizem o que fazer. E essa dor aqui dentro? Quando vai passar?
Coração partido? Não, meu corpo inteiro dói.

"Tudo mudou de lugar, eu não consigo parar de pensar em ter você perto de mim."

Talvez te esquecer seja uma questão de tempo, ou talvez eu nunca esqueça, já não sei de mais nada.

6 de ago. de 2011

El tiempo pasa.


Cá estou eu, novamente, dedilhando cordas de solidão. Sem tocá-las, apenas sentindo cada nota passar por meus dedos, sem dor, superficialmente.
Lágrimas acabam, melancolia gasta, sabia? É necessário recarregar as energias.
Talvez dar um tempo pro coração, é muito amor, muita dor, muita ilusão.
Por mais jovens que seja o coração, uma hora ele grita, e pede por um pouco de alivio, pede um pouco de sentimentos brandos...
É tão triste perceber que o amor se tornou angustia, digo isso por que sei o que é a dor de um amor não correspondido.
O que fazer com um sentimento tão grande, o que fazer com um amor negado? Doar para outro alguém? Impossível, o amor vem com características da pessoa amada.
O amor é uma loucura, é uma tortura.
E com requintes de crueldade, ele vai te gastando, te aniquilando.
Ah, se pudéssemos personificar o amor...ele seria uma mulher, morena, cabelos longos, corpo escultural.
Uma mulher venenosa, esbelta como uma cobra. Exatamente como uma cobra, ela te envolve, te abraça, te acolhi, e depois te devora pausadamente...deixando marcas e mordidas.
Se você sobreviver, certamente terá cicatrizes pro resto da vida, e se não sobreviver, ela te engole, te suga pro vazio de uma vida triste e nostálgica.


Una serpiente, una mujer, un ser, una muerte. Cierto o no.

26 de jul. de 2011

Quando dei por mim, estava aqui.


O tempo passou e eu tive que engolir todas essas palavras que agora me sufocam, busquei na vida o mesmo brilho que encontrei no seu olhar, sobrevivi por alguns dias...Mas nem tudo passa rápido como queremos.
Todos avisaram, todos me mostraram quem você realmente era, só que eu não quis enxergar.
Entreguei cada centímetro do meu coração nas tuas mãos, e você o estraçalhou sem dó nem piedade. Fez questão de roubar alguns pedacinhos dele pra colocar como troféu na estante do seu quarto.
E eu espero loucamente pelo dia da minha vitória.
O dia em que vou acordar e gritar que te esqueci. Distante, não? O que me resta é acreditar que o amor é assim mesmo: doído, sofrido, cortante, mas temporário. Certo tempo atrás, a palavra ‘sempre’ me soava uma hipérbole. Eu sinceramente, não compreendia como alguém poderia cogitar a hipótese de que um amor poderia ser pra sempre. Mas hoje, essa dor no meu peito que a cada dia que passa, aumenta, corrói, destrói cada partícula do meu espírito, me mostrou que talvez exista um pra sempre sim. Só não acredito que ‘pra sempre’ seja um sentimento duplo. Acho que o amor acaba de um lado ou de outro, e o ‘pra sempre’ serve para aquela pessoa que vai sentir a dor de um não-amor.
Não corri atrás disso, eu juro, eu não procurava sentimento, nem pensava em me envolver com alguém.
Mas quando eu finalmente percebi, as rédeas já não estavam mais em minhas mãos.
Quando dei por mim, já estava pensando em ti.
E eu não pensei que um dia fosse sentir algo tão devastador por alguém.
Confesso que você modificou minha rotina, eu nunca havia chorado de manha, e dessa vez eu chorei. Eu nunca havia acordado com os olhos ainda molhados de lágrimas da noite passada, e dessa vez eu acordei assim.
Eu sempre consegui me controlar, e agora eu não me controlo mais.
Eu fiquei assim.
Desculpa. Não foi culpa minha, nem tua.

Quando o olho brilhou, entendi.


Quando lhe achei, me perdi.

15 de jul. de 2011

Você não sabe que danos causou.


Lágrimas quentes escorrem pelo seu rosto, talvez seja simples, ou não.
A fumaça do cigarro queimava seus olhos, lhe fazendo esquecer temporariamente da dor que cortava seu peito.
Quem inventou essa dor desconcertante? A vontade que tinha era de pegar uma faca e cortar entre os seios, para tentar tirar algo que não sabia o que era.
E esse algo, vibrava, gritava, como uma criança pedindo atenção.
A faca se tornou cada vez mais sedutora.. Não para retirar essa vibração, sim para acabar com qualquer respiração.
Não precisava ser assim, não deveria ser assim. Mas foi, foi da maneira mais cruel e dilacerante possivel.
O amor tem dessas coisas, cansa, doi, machuca, e o dificil é não saber como fazer isso tudo parar.
O mundo corre, gira loucamente, e eu não coonsigo entender por que sempre fico pra tras.
Por um tempo, por uma decada, por uma vida.
Pelo meu peito dilacerado, eu imploro que isso tudo pare.
Esquecer. Era tudo que eu mais queria, apagar minha mente. Reiniciar, formatar tudo e simplismente esquecer.
Eu cansei desse apego, cansei de escrever meus sentimentos sem ter ninguem pra ler.
Cansei de te amar, meu corpo não aguenta mais, minha mente não suporta tanta amargura em uma alma só.
Eu preciso que isso passe, agora, nesse exato momento.
Tenho medo de cair nessa triste sedução. Não quero que tudo isso se resuma a uma simples faca.

28 de jun. de 2011

Amor Expresso.


Um “quê” de sofredora, dizia eu ao olhar seu rosto. Maquiagem pesada, olhos marcados, olhos chorados.
Alguém disse no ar, que ninguém queria ela, que ela era triste demais, talvez verdadeira demais.
Um ímã. Atraia qualquer olhar, qualquer coração gritava ao olhar seu triste rosto.
Com um ultimo gole de whisky pago por um qualquer, ela levantou e foi dançar.
Golpe final. Fechou os olhos e deixou seu corpo livre, querer tocá-la era algo inevitável.
Foi assim que a conheci, naquela noite junto ao bar.
Não foi amor, nem paixão...foi uma força mais forte e destruidora que me levou a olhar fixamente nos seus olhos ainda fechados. E como uma mágica, eles se abriram, estrangulando meu coração e sugando cada resquício de ar dos meus pulmões.
O sangue atendeu aos comandos dos seus olhos e começou a correr desenfreadamente, deixando-me extasiado.
Cada parte do meu corpo queria o seu, até meus cabelos se manifestavam a cada olhar.
E eu a toquei, graças a uma força maior eu a toquei apenas mentalmente.
Depois de um orgasmo simulado por minhas próprias terminações nervosas, sem toques, apenas cheiro, olhares..voltei para casa, sem lhe dirigir a palavra.
E até hoje estou aqui, condenada a lembrar do nosso expresso amor.

21 de jun. de 2011

É presente, acostume-se.


Se ela se preocupasse comigo, tudo seria tão lindo. O mundo seria fácil de ser vivido.
Um telefonema no meio da madrugada me tiraria o sono, mas não se preocupe meu amor. Eu prefiro acordar e ouvir a tua voz do que permanecer em meus pesadelos sem você.
E cada briga, traria um beijo mais ardente, um sorriso banhado em lágrimas, um olhar quente morrendo de medo de um ‘adeus’.
Se, se, se, nada disso existe, e nem vai existir. O mundo esta desenhado e cabe a nós aceitar quem ganhou o unicórnio rosa e quem continua com aquela bola murcha e desbotada.
E o que sobra alem da sua velha bola murcha e desbotada? Um perfume, é tudo que podemos ‘tocar’ , o perfume.
É difícil de explicar, eu sei. O peito dói, a garganta fecha, a cabeça gira, as pernas perdem a força, isso tudo apenas com o perfume dela.
Agora alguém sabe como lidar com tudo isso ao mesmo tempo? Não, não sabem, ninguém sabe. Todo mundo só sabe que tudo isso acontece rápido, avassalador, destruidor.
Disfarçar? Praticamente impossível, o corpo passa a reagir sozinho. Ele grita, pede, implora por um simples toque de mãos que arrepia até o pelinho da sua nuca. Todo o seu corpo cria vida, e confesso que não tem filme de terror mais assustador do que não ter controle sobre o próprio corpo apaixonado.
Não tem nada mais triste e vazio, do que olhar nos olhos de uma pessoa e saber que você não passa de um grande nada pra ela. O problema de se sentir vazio, é que esse sentimento é cheio demais.
E é assim que eu guardo novamente meus sentimentos, talvez como um livro, preenchendo cada pagina do meu ser.
Contraditório. Doentio. Torturador.

31 de mai. de 2011

And so it is...


I can't take my eyes off of you


E se tudo que um dia eu quis te dizer nunca mais sair da minha boca?
Sabe, acho que as coisas finalmente estão mudando, e isso me alegra, me guia pra longe de tudo que me lembra teu rosto.
Não vou mentir, teu olhar ainda anda pelas minhas lembranças, teu cheiro ainda me assombra, tua voz é um pouco de cada som em mim... mas acho que agora eu consegui entender que sou a pessoa errada.

I can't take my eyes off of you

Talvez esse seja o começo de tudo, o começo para um novo eu.
Se não fossem essas lágrimas que nesse exato momento estão aqui, escorrendo tristemente, eu até poderia dizer que te esqueci.
Mas o que me atrapalha é a magoa, e isso é totalmente sua culpa, não entendo como as coisas seguiram esse rumo. E talvez eu nem deva entender, te entender...tentei entender esse teu olhar profundo, esse teu sorriso que quer conquistar...

I can't take my eyes off of you

Esse foi meu erro, te vi como ninguém um dia te viu, eu vi cada pensamento teu e me apaixonei por eles.
Eu entrei no teu labirinto, mas sinto e quero acreditar que estou mais perto da saída.

I can't take my eyes off of you

Hoje eu vejo que me apaixonei pela pessoa mais errada pra mim, tão diferente.
Talvez eu esteja escrevendo isso para tentar acreditar nas minhas palavras... é, pode ser.
São tantos ‘talvez’ que eu prefiro continuar assim, escrevendo nem tão triste, nem com raiva, nem feliz.
Talvez alegre.


Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to leave it all behind?


I can't take my mind off you

26 de mai. de 2011

Mais que amiga, irmã.


Quem lê o meu blog, sabe que costumo não falar em primeira pessoa e muito menos permitir “invasões” de amigos. Sempre achei esse ato extremamente infantil e um pouco fora do que eu queria passar ao escrever nesse blog.
Mas como sempre, as coisas mudam e nos vemos fazendo coisas que pensamos nunca fazer.
Hoje, eu não postarei nenhum texto, uma grande amiga postara por mim.
Não é um texto grande, mas é forte e mergulhado em sentimentos, então, caros leitores, se estamos aqui exatamente para ter, ler e sentir , nada melhor que um texto simples e extremamente sentimental.

Faço de minhas palavras, um começo para um pequeno choque intelectual.
Deixo vocês a mercê dos sentimentos de @jessicabeverly.


A felicidade sempre estava presente, e eu não vi, hoje quando olho pra trás eu vejo que toda minha felicidade ficou no passado, aquele tempo que não volta mais, aqueles amigos verdadeiros cada um seguiu o seu caminho, aquelas paixões passageiras hoje fazem falta pra mim, tudo o que eu queria é poder voltar no tempo e poder reviver, ousar da felicidade que eu deixei escapar, como isso não é possível apenas irei relembrar dia á dia.”

@jessicabeverly

20 de abr. de 2011

Demais.




Só eu vi o que ninguém podia entender.
O freio era intocável.
Meus olhos lacrimejantes viam vultos.
Eu já não podia mais tirar o pé do acelerador, seria fatal.
Às 3 da tarde de um dia sem sol, eu queria me matar em uma estrada deserta.
Quanto mais perto chegava de uma possível morte, mais a voz de Olivia ressoava em minha mente. Primeiramente como uma lembrança, depois, como um sussurro.

O carro corria.

A morte de Olivia foi dolorosa, como qualquer doença. Como é difícil assistir alguém morrer...
Eugenio já não enxerga a um palmo, e nem queria enxergar.
Já imaginava como seria sua morte. Seria um carro que viria em sua direção?
Não, assim ele teria chances de sobreviver.
Seria um caminhão, daqueles bem pesados, assim o motorista não teria tempo para desviar.
Eugenio sabia que poderia levar outra vida. Morreria ele e, provavelmente o outro motorista também.
Mas como dizia Olivia: “Deus sabe quem está vivo e quem está morto”
Ele já estava morto, só ainda não havia entendido isso.
Eugenio volta a ouvir a voz de Olivia.

Quando aprendia te conhecer, vi em ti uma criatura que amava a vida, mas não a vivia integralmente. Desde sempre, me aproximar de ti não foi fácil, senti que a tua alma tinha sido desfigurada, violentada, torcida e que teus olhos se habituaram a olhar a vida com desconfiança e quase rancor.

O carro corria.

Como alguém era capaz de decifrar outra pessoa?
Eugenio ouviu um zunido familiar, aumentou o som.

Todos acham que eu falo demais
E que ando bebendo demais
Que essa vida agitada não serve pra nada
Andar por ai...
Bar em bar, bar em bar.


A voz inconfundível de Maysa se molda ao seu ouvindo.
Eugenio, agora, estava cercado por duas mulheres incríveis.
Olivia. Maysa.
Duas sofredoras que dividiram suas vidas com Eugenio.
Olivia, de maneira amorosa.
Maysa, com suas musicas que o transformaram no homem que ele é.

Dizem até que ando rindo demais
E que conto anedotas demais
Que não largo o cigarro e dirijo o meu carro
Correndo, chegando no mesmo lugar


Mesmo lugar? Não, ele não agüentaria chegar mais uma vez ao mesmo lugar.
Eugenio desejava a morte. Ele queria cair de vez. Queria transformar tudo em nada.

O carro corria.

Ele acendeu um cigarro e ficou esperando a morte chegar.
Sabia que mais cedo ou mais tarde ela viria.
Pensando bem, agora Eugenio estava cercado por três mulheres incríveis, três mulheres que fizeram parte de sua vida.
Olivia. Maysa.
A Morte.

Olivia. Maysa.
E a Morte que agora estava perto.

Ninguém sabe é que isso acontece por que
Vou passar minha vida esquecendo você


A morte sempre fez parte da vida de Eugenio, alias, um médico vive com a morte do que com a vida.
O pé pressiona ainda mais o acelerador, Eugenio sente pressa em morrer, então resolveu passar para a outra pista, assim estaria na contra mão. E no momento certo, morreria.

E a razão por que vivo esses dias banais
É porque ando triste, ando triste demais


Tudo passou a andar em câmera lenta, Eugenio sentia Olivia sentada ao seu lado no carro, podia sentir seu perfume. Sentia também Maysa guindando seus pensamentos através da musica, mas agora ele também sentia a Morte guiando o volante.
Uma luz extremamente ofuscante veio em sua direção, não tinha mais tempo para pensar em nada, apenas sentia cada segundo passar por seu corpo semimorto.
Foi rápido, o carro ficou destruído e o motorista do caminhão não teve nenhum ferimento grave, talvez porque Deus sabe quem esta vivo e quem está morto.
Uma parte do carro continuou viva, o rádio, a voz. Maysa.

E é por isso que eu falo demais
É por isso que eu bebo demais
E a razão porque vivo essa vida agitada demais
É porque meu amor por você é imenso
O meu amor por você é tão grande
É porque meu amor por você é enorme demais


Demais.

13 de abr. de 2011

Agonia. De. Um. Presente. Passado.


Eu cansei de lembrar a nossa história. Mas que história? Nossa? Essa história foi minha, totalmente minha. Foi uma maneira solitária de sofrer...
Não posso dizer que um dia eu tive você pra mim e, sinceramente, não sei o que dói mais: essa distância e a sua falta de saudade, ou o fato de não poder dizer ‘já me pertenceu’.
Se você soubesse a força que cada vírgula sua tem sobre mim, cada palavra sua pode machucar cada célula do meu corpo.
Eu te amo, te amo da maneira mais forte e dolorida que o meu corpo suporta, te amo com toda força que existe dentro de mim, te amo com todas as lágrimas que o meu corpo despeja de dor.
Eu te amo, eu te amo. Eu queria poder gritar para o mundo inteiro ouvir, queria pode pegar o seu rosto com as duas mãos, olhar nos teus olhos e te dizer o quanto tu vive em mim.
É uma mistura de prazer e agonia, é uma mistura de dor e alegria que me corta por dentro, me dilacera e me faz querer parar o mundo e morrer por pelo menos um instante.
Escrevo por que te amo, mas também escrevo por que não tenho espaço dentro de mim pra tanto amor e tanta dor. Preciso deixar isso fora de mim, ou então não vou aguentar.
Eu te amo, e torço loucamente para que isso não seja amor, torço para estar redondamente errada. Torço para que isso não passe de uma vontade momentânea de te ter, quero rir disso, quero lembrar essa época e esquecer o seu rosto que insiste em me perseguir.
Mas eu ainda tenho vontade de você, você, você, você, você...

29 de mar. de 2011

Lara linda.



Todos nó estamos rezando muito e torcendo muito por ti.
Meu amor, tudo vai dar certo, pode ter certeza que estaremos todos contigo aconteça o que acontecer.

Eu te amo Lara, e estou rezando muito pra ti.

Tudo vai da certo, mesmo que agora pareça que tudo deu errado. ♥♥♥♥♥♥♥....

21 de mar. de 2011

A regra é: Destrua tudo o que destrói você.


Tem vezes que apertar ENTER é tão difícil.
É, e o pior de tudo é não ter assunto depois de tomar coragem pra chamar.
Sei lá, agente dizia que nada ia mudar, mas tudo mudou.
Na realidade, tu dizias que não ia mudar, e mudou completamente.
Eu acreditei que eu iria aguentar, mas eu não aguentei, e tu simplesmente não aceitou isso.
E o que me machuca mais é não poder voltar no tempo e mudar tudo que eu fiz e falei.
Por que a culpa é sim toda minha. Se eu não tivesse deixado tudo tão transparente assim, talvez as coisas hoje fossem diferentes.
E não adianta dizer que tu tens alguma culpa nisso.
Todos os teus atos foram resultado dos meus.
Eu me odeio cada dia mais por tem contado coisas que tu não deverias saber nunca.
Foram aquelas coisas que eu te contei que te fizeram mudar.
Tem medo de falar comigo, para não alimentar o que eu já sinto.
Mas não adianta, mesmo sem te ver, sem ouvir a tua respiração, eu ainda te amo.
As minhas lembranças são muito reais.
Sinto seu cheiro no ar, e chego a te procurar... mas você não está por perto.
E você nem quer estar, eu realmente não sei o que machuca mais.
E aqui estou eu, usando palavras tristes, loucas, frias, mas ainda assim, apaixonadas.

16 de mar. de 2011

Perdidos.


Eram onze da tarde na minha dimensão.
Fazia calor, mas o frio me dominava. Os pássaros cantavam para o sol que queimava cada flor quase morta no chão.
Tudo era muito leve e vazio, como uma pluma pairando sobre o lixo.
O cheiro da morte era vivo, contraditório e muito real.
O meu frio queimava, mas não era uma sensação ruim. Não sei onde eu estava, tento lembrar mas minha memória falha.
Será que eu estava perdida? Totalmente.
Na realidade, todos estão perdidos entre o frio e o calor; a morte e a vida; o dia e a noite...
Passamos perdidos em uma vida sem rumo.
Apenas com a enganosa idéia de que tudo um dia vai se encontrar.

10 de mar. de 2011

Fácil.


Estranho, tu te desligastes de mim tão fácil... e aquilo tudo que tu dizia?
Parece que não existia. Na realidade eu queria saber se era tudo da boca pra fora ou se existia algum sentimento por trás daquelas palavras.
Diga-me qualquer coisa, só não diga que aquelas palavras eram simplesmente palavras.
Eu morreria ao ouvir isso.
Não diga que já esqueceu o meu nome, lembre apenas da primeira letra, já serei feliz por isso.
Não diga que esta sofrendo por ela, tudo que dói em ti, dói em mim também.
Diga que está com saudade, mesmo que não seja de mim, deixe-me imaginar que por algum segundo tu sentiu a minha falta.
Diga que ainda lembra o meu sorriso, mesmo que nunca tenha me visto sorrir.

31 de jan. de 2011

Go home...




Meu coração agora é como uma rosa amassada...apertada dentro do meu peito.
Sinto seu cheiro sem nem ter que respirar...
Mas a culpa disso é toda minha, eu sabia...e mesmo assim quis arriscar o meu próprio peito.
Assistir o nascer do sol me fez crer que não é passageiro como eu imaginava.
Não pude fingir, havia lua, sol e mar olhando cada lágrima escorrer...lágrimas pesadas, cada lágrima carregava um desejo meu, te ver, te ter...
Mas o sol nasceu totalmente e secou minhas lágrimas, mas por dentro eu ainda chorava, e ainda choro...e pelo modo como essa dor cresce de uma maneira avassaladora dentro de mim, vou seguir chorando até a rosa secar, cair e nascer novamente.
Sonho com o dia em que te olhar não será mais uma tortura, te abraçar não me dará calafrios e ouvir a tua voz não fará meus olhos transbordarem lágrimas...
Preciso que o tempo passe, para eu esquecer que um dia eu te vi passar...

26 de jan. de 2011

Tempestade.




Eu achei que a chuva havia parado. Mas ela só parou fora de mim.
Dentro de mim ainda existia chuva, aquela chuva que machuca. Trovoadas e raios faziam o meu corpo estremecer.
Não era chuva de verão. Chuva de verão é quente, calma, clara....
Essa chuva era fria, terrivelmente fria.... cada gota cortava por dentro, cada gota carregava uma lembrança doentia, era por isso que doía.
As lembranças são totalmente cruéis, sem pena, sem piedade, elas se desdobram em raios até ser possível reviver velhas lembranças.
Lembrar...parece que dói mais do que viver.
Eu sentia que, a cada gota caída, minha mente explodia como fogos de artifício.
Mas tudo isso por quê? Meus olhos me enganaram, minha mente me trapaceou, eu achei que não olharia...mas quando você chegou....
Cada célula do meu corpo tentou se mexer causando tremores impossíveis de explicar.
Mas a chuva só começou quando os seus olhos encontraram os meus, a tempestade foi inevitável... as avalanches foram destruidoras. Inundações foram devastadoras.
E tudo isso graças aos meus olhos que funcionam como imas na sua direção.
Mas depois de criar a tempestade em mim, você foi embora, e me deixou ali, junto com os raios e as trovoadas.