Será que quando você anda de ônibus todo santo
dia, ou para trabalhar ou para estudar, percebe a sua cidade? Vivemos em uma
época que o mais importante é apontar os defeitos, e isso acontece com as
pessoas, com os filmes, com as musicas e com as nossas cidades.
Nós,
moradores de Rio Grande, somos um grande exemplo disso: fechamos os olhos para
tudo de bom que a cidade tem, tanto em arquitetura quanto em cultura no geral, mas
somos os primeiros a dizer que a nossa cidade nunca saiu e nunca vai sair do lugar.
Falar
dos defeitos de uma cidade é necessário, mas esquecer dos pequenos detalhes que
marcam a história dela é muito triste. Uma cidade antiga como a nossa, guarda
segredinhos imperceptíveis para os mais apressadinhos. Detalhes como uma janela
diferente ou mais delicada, uma porta antiga, uma calçada que sobreviveu a anos
e anos de vida. Muitas vezes, quando comparamos tudo isso com os grandes e visíveis
defeitos, o saldo de defeitos acaba sendo maior, mas isso não é motivo para
serem mais importantes. Atualizar uma cidade, não é transformá-la em um monte
de coisas 'novas', e sim trazer novidades sem modificar a cara da cidade.
Talvez seja essa a chave que tanto procuramos pra fazer Rio grande, ou qualquer
outra cidade, deslanchar: manter a cultura que ainda existe nas nossas ruas.