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20 de mar. de 2013

Lotado.


    Meu peito anda parecendo aquelas bolinhas de gel que incham quando colocadas em água. Eu viro o rosto, finjo que não vejo quando ele grita por socorro, saio para outro lugar, mas, quando olho novamente, parece que inchou mais.
    De onde vem tanta mágoa? É como se eu vivesse ainda no prefácio da minha vida: sempre com essa sensação de que “o amanhã vai se melhor”, “semana que vem não será tão entediante”, “é só esperar um mês e as coisas se acertam”...
    Minha cabeça entende tudo friamente, o problema é que ela e o resto de mim não são tão amigos como eu imaginava.
    Minha mágoa já não pode ser chamada de “várias mágoas”, elas podem chegar por motivos diferentes, mas viram minhas e transformam-se em uma grande bola de mágoa, nada uniforme e muito pegajosa.
    Minha mágoa dobra esquinas, arruma motivos torpes para me fazer acreditar – e eu sempre acabo acreditando – que a culpa te tudo é minha.
    E o pior, caro leitor, é que toda essa mágoa não tem nome, não existe no mundo alguém que mereça minha coleção particular de injúrias. Não tenho como lançar mão do artificio comum a todos os magoados do mundo: Querer o mal daquele que foi o causador da mágoa.
    Que má sorte a minha! Queria eu ter alguém para usar como alvo.
    Será que um Paracetamol resolveria?
    Não, eu sei, mas seria ótimo um remedinho que rapidamente apagasse nossos problemas internos, e que não precisasse de receita para comprar.
    Mas, enquanto esse milagre não acontece, termino aqui deixando bem claro que estou feliz, apesar de tudo... 

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